A nossa história começou há algum tempo atrás. Eu conheci a Lívia quando era pequena, lá pelos meus 9, 10 anos, gostei dela logo de cara e nós nos demos muito bem, depois cada uma seguiu por um caminho e nós perdemos o contato. Eu sempre gostei muito dela, mesmo, e fiquei muito feliz quando um dia ela apareceu na loja que eu trabalhava com o rosto todo pintado dizendo que tinha passado em medicina. O sonho dela é entrar para o Médicos Sem Fronteiras, uma instituição formada por médicos/psicólogos/sociólogos/etc que ajuda países/estados/cidades/vilas carentes que estejam passando por momentos de grande necessidade.
Em maio, depois de alguns desencontros (sempre que eu ia pra BH ela estava aqui e vice versa) eu entrei no Facebook dela para dar os parabéns e vi várias pessoas mandando força, melhoras e tal. Na hora pensei que ela tinha quebrado uma perna, um braço, em momento nenhum passou pela minha cabeça que fosse algo mais grave. Nós não somos super amigas, não sabia nem como perguntar pra ela o que tinha acontecido, então resolvi falar com a Fernanda, melhor amiga dela. Foi ela quem me contou que a Lívia estava com leucemia. Foi complicado, nunca tinha convivido com alguém que tivesse passado por um câncer, sei lá, soava como uma sentença de morte.
Fomos visitá-la no hospital logo na primeira semana e eu, que fui achando que ia chegar lá e encontrar ela meio morta meio viva, até me assustei quando vi que na verdade, ela estava melhor do que eu. Tranquila, corada, falando sobre como amava viver e que isso na verdade, era só um desafio que ela ia cumprir e ajudar muitas pessoas depois. Desde então eu tenho acompanhado o tratamento dela e me impressionado com as coisas lindas que ela escreve no Facebook. Resolvi fazer esse blog pois acredito que todos nós podemos aprender com essa luta e demonstração de amor pela vida. Vou começar postando os primeiros textos dela, falando sobre o Médicos Sem Fronteiras e explicando direitinho como funciona a doação de sangue, plaquetas e medula.
Beijocas, Giulia.
